CAFAJESTE: a construção da capa

Ontem anunciei o lançamento do meu mais novo livro CAFAJESTE – que estará disponível na Amazon na sexta-feira, 30 de outubro – e foi muito gostosa a recepção de quem me segue, me conhece e curte meu trabalho. Eu já havia mencionado que estava trabalhando nesse projeto e também cheguei a compartilhar pedaços do processo e até citações e trechos da obra, mas a coisa toda ganhou mais força no último compartilhamento nas minhas redes no Instagram e Facebook.

Eu poderia dizer que esse barulho todo foi por conta da data de lançamento, e até sei que alguns leitores estão ansiosos, assim como eu, mas a empolgação toda teve outro elemento muito forte: a divulgação da capa oficial.

Muita gente elogiou o trabalho em comentários públicos, também nos privados, e questionou sobre esse processo, então vou falar um pouco a esse respeito.

O livro CAFAJESTE nasceu muito rapidamente depois que comecei a escrevê-lo, em apenas 14 dias, mas seu processo de gestação foi muito maior – falarei disso no texto de amanhã. Uma vez finalizado, chegou uma das minhas grandes dúvidas: como farei a capa?

Eu já havia decidido que alguns elementos precisavam estar ali, como a questão de um cara sedutor e até o ambiente urbano, mas como compor isso sem virar uma miscelânea, uma sopa semiótica sem muito sentido e confusa? E a resposta se chama Matheus Negrão, o profissional responsável por dar vida a esses elementos um tanto confusos que estavam em minha mente.

Conheço o trabalho do Matheus por atuarmos juntos em outro contexto e sabia da sua qualidade e comprometimento, mas não tinha a menor ideia de como ele traduziria aquilo que eu imaginava para a capa.

Antes de conversar com ele, eu havia batido papo com outros amigos, amigas, familiares e etc. e uma coisa havia ficado muito clara: precisava de algo impactante, que traduzisse a ideia do Arthur, personagem principal, e seu ambiente da cidade, porém com limpeza.

A primeira reunião

A primeira reunião que fiz com o Matheus foi ao final de uma sexta-feira e o papo virtual durou horas. Contei para ele minhas ideias, um pouco da história e sobre quem era o Arthur, que estávamos representando ali. Ele mergulhou de cabeça, escutou atento e em pouco tempo estava fazendo comentários que me fizeram ter a impressão de que ele havia olhado por cima do meu ombro durante toda a construção do livro, apesar de eu ter a certeza de estar sozinho quando o escrevi.

Depois dessa conversa inicial, fazíamos alguns comentários pontuais sobre o conceito da capa, mas não havia nada visual. Dias depois, ele me apresentou um moodboard incrível que me fez ter duas certezas: uma era a de que ele havia captado totalmente o conceito do projeto, a outra era que eu nunca conseguiria compor aquilo. Sou um cara de palavras, amo os elementos visuais, mas fico como uma rã sob um holofote, paralisado.

Depois dessa apresentação, fiquei com os ânimos exaltados e posso dizer que o Matheus Negrão também. Algumas imagens trazidas ali eram muito impactantes e a ansiedade aumentou.

A primeira entrega

Mais alguns dias e recebei do Matheus algumas opções de capa que achei incríveis, estava tudo ali, tudo o que falamos. O cara sedutor, a noite descendo sobre a cidade, a mulher enredada nesse enlace, a cerveja no bar com os amigos e muito mais. Ele usou uma técnica chamada de dupla exposição e ela atendeu perfeitamente à necessidade que buscávamos.

Eu estava feliz e encantado, Matheus não! A princípio não entendi direito o que ele queria dizer com “ainda não é isso”. Para mim, era aquilo. Talvez com uma mudança ou outra, como tirar o subtítulo desnecessário que eu havia imaginado (falarei disso no texto de amanhã). De resto, estava tudo ali.

A entrega oficial

Não estava!

E eu só soube disso quando, no meio de um domingo, Matheus me ligou e disse: “eu falei que não estava satisfeito, lembra? Pois bem, vou te mandar uma outra versão para você uma questão de posicionamento e fonte”.

Foi quando as imagens começaram a pipocar no meu celular, por Whatsapp e e-mail que eu entendi. Desculpem-me os leitores, mas um belo PQP é o que expressa minha reação.

A capa estava ali, linda, encantadora e final, agora sem dúvidas, e até o Matheus concordou.

Falando um pouco sobre os elementos que compõem a arte, o homem sedutor é um pouco óbvio para um livro que se chama CAFAJESTE, mas são os complementos que dão pistas para você conhecer Arthur: o jogo de preto e branco e cores, de sombra e luz em seu rosto; a garota de lingerie em seu interior, sem rosto, pois não importa quem seja, desde que seja mulher e uma presa deliciosa para ele.

Ainda vemos a cidade noturna dentro dele. Arthur é uma criatura noturna e urbana, mas assim como foi formado por esse mundo, ele também o compõe e o forma. Sem Arthur, as noites na cidade não são as mesmas. Em seu outro ombro vemos os três copos de cerveja em um brinde simbólico a todos os outros elementos, uma clara referência às noites de bebedeira e loucuras protagonizadas por Arthur, Rafael e Alberto, seus dois amigos inseparáveis.

E preciso comentar a maior sacada desse artista que é o Matheus, a maneira como ele encontrou de traduzir um trecho importante da obra: toda a imagem é marcada por impressões digitais, o símbolo mais óbvio em nossa sociedade para falar de identidade. Mas ela não é clara e bem definida, é suja, misturada, perdida entre elementos, entre si mesmo, a paisagem em que se vive. Ao mesmo tempo em que essa identidade marca Arthur, ela também o desfaz, o dissolve, integra e desintegra…

E chega de estragar as surpresas, deixo para vocês analisarem os elementos por si, bem como a história, que estará disponível na Amazon.com.br sexta-feira, dia 30 de outubro.

Coloco a capa abaixo em um tamanho maior para que possa apreciar. Assim como a vida, ela traz algumas sensações quando olhada de perto e outras quando a perspectiva é mais distante. Aprecie, assim como eu babei nela. Se quiser conhecer um pouco mais do trabalho do Matheus Negrão ou segui-lo, acompanhe no Instagram.

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Publicado por

RDS

Jornalista, escritor, metido a poeta e comediante. Adorador de filmes e livros, quem sabe um filósofo desocupado. Romântico incorrigível. Um menino que começou a ter barba. Filho de italianos, mas brasileiro. Emotivo, sarcástico e crítico, mas só às vezes.

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