Renan De Simone

Resiliência é chave para liderar o aumento de produtividade das equipes (dezembro/2015)

Como o exemplo de atitude do líder serve de incentivo aos seus empregados na direção do autoconhecimento para contribuir para a produtividade da sua empresa, melhor adesão ao PAE (Programa de Assistência ao Empregado) e gestão de um ambiente estressor?

A partir do exercício da Resiliência é a resposta para Joel Bennett*, presidente da Organizational Wellness & Learning Systems, empresa de consultoria especializada em programas de bem-estar baseados em evidências e em tecnologias de e-learning.

É por meio dessa capacidade de enfrentar e superar adversidades que o líder consegue gerenciar a si mesmo e sua equipe, mesmo sob estresse – conhecido vilão da produtividade, saúde e qualidade de vida no trabalho ao redor de todo o mundo.

Para o especialista, existem cinco qualidades essenciais dentro da Resiliência às quais o líder deve se esforçar para desenvolver, pois, segundo estudos, com a preparação adequada “o estresse pode ser usado para crescimento pessoal e profissional, contribuindo em muito para o desempenho da empresa”, coloca Bennett.

Ele ensina que “os líderes devem conversar sobre qualidade de vida, falar a respeito do equilíbrio da vida pessoal e profissional, escolhas alimentares saudáveis, gerenciamento de estresse, etc. Cabe às lideranças também responder bem às crises e conhecer seus próprios pontos fracos, como histórico de doenças na família, entre outros”.

Cinco “C”s da Resiliência

Em exercício com os participantes, o especialista demonstrou que as principais qualidades que respeitamos e exaltamos no ambiente de trabalho e na vida podem ser resumidas no que ele chama de os cinco “C”s da Resiliência: Centramento, Comprometimento, Comunidade, Confiança e Compaixão. Aspectos que o líder deve conhecer muito bem em si mesmo.

“São essas as qualidades que todos têm em uma ou outra medida e que nos permitem utilizar o estresse para florescer e melhorar o desempenho em vez de prejudicar”, pontua.

Centramento

Essa é a capacidade de equilíbrio fundamental, pois permite gerenciar o estresse. Ela diz respeito ao bem-estar (alimentação, atividade física), saúde espiritual, e medida entre vida profissional e pessoal.

“Você deve se perguntar quais atividades, pessoas ou ações centram, e como você traz essas qualidades para o trabalho com os colegas, contribuindo para o ambiente”, diz.

Comprometimento

É o nível de engajamento com suas metas e sonhos. É o aspecto da vida em que se deve tornar claro a orientação e o propósito pelos quais você realiza as coisas, planeja e organiza.

“Pense em como você mostra comprometimento com o seu trabalho e seus colegas e em quem se mostra comprometido com você”.

Comunidade

“Esse é o aspecto relacionado com a contribuição e a busca por ajuda, dar e receber os conhecimentos obtidos e lutar para manter determinada comunidade bem e unida”.

Esse item da (formação da) Resiliência diz respeito à equipe e é a base para um comprometimento com o seu trabalho, afirma Bennett. “Assim como numa guerra, lutamos por quem está ao nosso lado, portanto, o relacionamento com eles é o mais importante”.

Confiança

Está relacionada com aquilo em que você se sente seguro e em como isso se revela no trabalho e na vida. “Seu autofoco positivo, conhecer seus limites, ter autocontrole”.

Compaixão

“Este aspecto é importante para todos, mas em especial para as lideranças”, destaca o especialista. “É o exercício da empatia, da força de caráter e virtudes. Diz respeito sobre a liderança centrada no coração e integridade”.

Transformação

“O estresse pode ser congelante, levar a uma luta interna ou a um crescente desejo de fuga. Mas, em contrapartida, também pode tirar da zona de conforto e levar a descobertas. O melhor cenário é quando ele é utilizado para se florescer, ou seja, alterar seu ponto de referência”.

De acordo com Bennett, o ponto de referência é o estado “comum” para o qual tendemos a retornar em nosso cotidiano após eventos muito negativos ou positivos. “E é esse ponto que devemos modificar quando sob muito estresse, usando cada um dos cinco “C”s para alcançar o chamado crescimento pós-traumático, o enfrentamento transformacional”.

Pessoas e ações

O especialista afirma que devemos recorrer às pessoas, atividades e ações que despertam os cinco “C”s da Resiliência em nós, pois são a base de nosso equilíbrio, comprometimento, compaixão, autoestima, confiança, e união de grupo. “Sempre questione a si mesmo e aos outros sobre o que desperta tais qualidades em vocês”.

“É através do exercício desses aspectos que se passa do ponto de referência para o ponto de progresso, ao ponto de conversão (no qual sua referência de normalidade se eleva) e adiante, na busca pelo pico de produtividade e sustentabilidade para você e o grupo”.

É nessa direção que deve caminhar o trabalho do PAE dentro das empresas, diz Bennett, incentivando os empregados a se conhecerem e trabalharem no crescimento pessoal, com as lideranças no papel de modelos por atitudes e não apenas discurso.

*Ele e outros especialistas estiveram reunidos no XV Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida, que aconteceu em outubro, na capital de São Paulo.

Conteúdo produzido por Moraes Mahlmeister Comunicação. Texto de Renan De Simone; edição e revisão de Juliana de Moraes. Publicado pelo site do SindiEnergia Comunica.

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