(aquela homenagem pra ser lida em voz alta!)
É no jeito, no olhar, no fato e no ato
Na pose, no close, salto alto ou no mato
Na calça, na saia, vestido ou bermuda
Alisada, enrolada, careca, cabeluda
Na pele, no tato, no cheiro, na fala
Na boca que pensa, coração que não cala
Magrela, gordinha, vegana, loucona
Na rua, na praia, escritório ou na zona
Casada, solteira, vadia, na pista
Esquece o padrão, “me erra e nem pisca”
Meiga, leve, pesada, grosseira
Litorânea, urbana, caipira ou costeira
Com pó, cara limpa, batom ou olheira
Sem dó, na garimpa, moletom sem coleira
Cachorra, danada, gostosa e uma dama
Puta se quiser, freira, crente, boa fama
Do lar, patroa, chefão ou “chefoa”
Cola aí minha parceira, tu sabes que é boa
Loira, morena, ruivinha, sua cor
Rosa, azul, vermelho ou bordô
Cabelão na cintura, ou curto total
Com mais estatura ou baixinha fatal
Loucura dos caras, tesão das meninas
Machão, sapatão, talvez feminina
Engenheira, enfermeira, do lar, construção
Seja onde for, qualquer posição
Tua luta é nossa, teu grito é o meu
Suas escolhas só suas, ser o que tu escolheu
A batalha diária é pra todos, além
Pra vocês mais pesada por todo desdém
Social, antigo, atrasado, é loucura
Tratar tal luta como se fosse frescura
Não é o salário, é o olhar no vagão
O respeito que falta se alguém passa a mão
Olhar não machuca, a palavra magoa
O estupro que mata o interior da pessoa
Opinião pesada, papo reto na cara
Escuta galera, ou essa dor não sara
Respeito é bom pra pênis e vagina
Papai, mamãe, menino ou menina
Nascida ou escolhida, mulher é mulher
Na briga interna não mete a colher
Cuide do teu, respeite o resto
Em vez de julgar, veja o “eu que não presto”
Ser o que quiser, boneca ou carrinho
Venha o que vier, que só não falte o carinho
Perifa ou bacana, paquita ou modelo
Negra, branca ou japa, esse é o apelo
Que siga a vida com olhar otimista
As minas todas, na vida as artistas
Amar por opção, viver a liberdade
Ser o que é, cada qual sua verdade
E se contestarem tua força, tua crença, teu jeito
Ignora o babaca ou denuncie o sujeito
Já deu de idiotas, troca o disco da vitrola
“mulher não dirige, cozinha e só chora”
Você que dormiu e perdeu esse bonde
Mulher sem valor? Não tem mais por onde
Acreditar na mentira, inventar falsidade
Diminuir garotas por pavor e fragilidade
Se liga otário, anote na testa
Põe no diário, carregue pra festa
Mulherada é foda, sempre foi o que é
Força da natureza, montanha e sopé
Agrada com estilo, dá amor com paixão
Destrói o asilo, te põe na prisão
Dona de si, do mundo, faceira
Sagaz no viver, heroína por carreira
Pode ser delicada, se quiser até caseira
Ela é dedicada e se cismar dá canseira
A relação é lado a lado, nem frente nem atrás
Esquece o cima e baixo e o “quem é mais capaz?”
Viver é o verbo, igualdade é a busca
Beleza adjetivo desse olhar que ofusca
Destrua o padrão, o olhar planejado
O que nos limita, deve estar no passado
E do fogo na fábrica ao fogo interno
Evoluir no jogo não é esquecer o inferno
É lembrar o que foi e ali não voltar
Olhe pra frente que ainda tem caminhar
E a sociedade modelo de verdade que a gente quer
É aquela de iguais se olhando com fé
Respeito, carinho, nenhum medo sequer
Pois se houver preconceito de pessoa qualquer
Mande aquele foda-se gritado “que eu sou o que eu quiser”
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