Uma quarta qualquer – Parte II

Curiosidades perigosas

ouvidoCerto dia, enquanto estavam sozinhos na sala, Bianca não se aguentou e perguntou o que Nando havia pensado dela no primeiro dia em que se encontraram. Ele riu e disse que tinha sido cativado pelo jeito afobado dela, que a achou uma pessoa interessante no minuto em que ela ali pisou. Fernando devolveu a pergunta e ela tentou se esquivar, ele não permitiu:

– Você me fez falar, agora é sua vez!

– Bem, eu achei muito fofo o jeito que você me acalmou, na verdade. E você tem algo que contagia a gente, uma alegria, uma voz, não sei…

– Como assim, Bia?

– Ah, Nando… Quando meu telefone toca e vejo que é você, fico toda empolgada pra te ouvir. Você tem uma voz gostosa.

– Nossa – disse ele impressionado – não tinha nem ideia disso!

– E não é só isso – disse Bia com a voz morrendo nas últimas palavras e se arrependendo por falar demais.

– O que tem a mais? – quis saber o rapaz, já curioso.

– Nada!

– Nem pense em ficar quieta agora. Sou muito curioso.

– Naquele dia, quando você me olhou apertando os olhos, eu estremeci um pouco, não sei, acho que fiquei…

– Ficou como, com o quê? – e, curioso ao perguntar, apreensivo pelo que viria, espremeu novamente os olhos.

– Esse é o olhar! – devolveu Bia e ele riu, levantando as mãos como dizendo “olhar de quê?” – Esse olhar me deu um pouco de… tesão.

Bianca M. corou no mesmo momento em que disse as tais palavras e escondeu o rosto nas mãos, desviando o rosto de Fernando. Ele nem conseguia acreditar no que ouvira. Bianca era uma mulher linda, com uma pele leitosa, olhos castanhos, cabelos lisos e uma boca maravilhosa, sem contar o corpo incrível. Além disso tudo, sua personalidade e inteligência eram cativantes.

– Uau! – disse ele – Isso é novo pra mim, mas não precisa ter vergonha. Na verdade, eu também me senti muito atraído por você quando te vi… – Bianca levantou a cabeça e seus olhos cintilaram por um momento.

A situação tenderia a ficar estranha, não fosse a porta do consultório ser aberta, revelando o doutor liberando uma outra paciente e pedindo a Fernando para organizar os instrumentos de trabalho.

Despediram-se quase em silêncio naquela tarde, mas ambos carregavam um sorriso interno sobre tudo aquilo. Quando Nando teve de ligar para Bia na semana seguinte para marcar seu retorno, seu coração bateu mais forte e ele estranhou o telefone chamar mais vezes que o normal antes de ser atendido.

Conversaram formalmente por alguns segundos até que ele tocou no assunto e riu dela e de si mesmo sobre como pareciam crianças. Ela relaxou com o comentário dele e se permitiram falar abertamente daquilo que parecia tão natural. A conversa ficou um pouco mais quente naquele dia e ambos perceberam que se desejavam.

Num fim de noite ele não suportou e ligou para ela. O papo foi bom, sempre era! Antes de desligar, porém, ela perguntou:

– O que você está fazendo?

– Estava indo dormir…

– Hum. E como você dorme, normalmente?

– Deitado na cama! – e ele riu, entendendo o rumo que a conversa parecia tomar. Por quê, você dorme diferente?

Não é preciso muito para saber o quanto aquilo caminhou. Provocaram-se, criaram cenas disseram o que fariam um com o outro e os dois corpos queimaram de desejo, mesmo a distância…

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Publicado por

RDS

Jornalista, escritor, metido a poeta e comediante. Adorador de filmes e livros, quem sabe um filósofo desocupado. Romântico incorrigível. Um menino que começou a ter barba. Filho de italianos, mas brasileiro. Emotivo, sarcástico e crítico, mas só às vezes.

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