O novo encontro
Quando se encontraram no consultório, o cumprimento entre eles foi feito com respirações entrecortadas, se queriam. Mas havia o óbvio problema:
– Você é noiva, está para casar e isso é errado… Eu sei que não deveria dizer isso, mas eu te quero! – ela silenciou, sabia que também o que queria, mas o que ele apontava era evidente demais.
– É errado, sim, e eu deveria ter parado logo no início.
– E por que não parou? Há algo errado no seu relacionamento?
– Não há nada de errado, ele ainda é a melhor pessoa que conheço e quem quero para mim, mas algo pulsa em mim quando te vejo, te escuto… Sua voz faz meu corpo vibrar, querer.
– E o que vamos fazer a respeito? – perguntou ele sem saber se para ela ou para si mesmo. Acho que a coisa toda é difícil para você do que para mim, que estou livre.
– Qualquer coisa que eu fizer, não poderei culpar ninguém a não ser eu mesma e à minha vontade.
– Então você também quer?
– Muito! – e ele viu novamente aquelas faíscas nos olhos dela.
Encararam-se por alguns segundos, decidindo internamente o que já estava óbvio para seus corações que batiam apressados.
– Quarta-feira – disse ele.
– Como assim?
– Meu professor faltará nesse dia e terei a noite livre… – arriscou ele, achando que Bia negaria, ele mesmo não acreditava no que dizia.
Ela o olhou intensamente, pensou em seu noivo, no seu desejo, em como as coisas estavam resolvidas em seu coração. Um salto, juízo contra coragem, prazer ou sensatez. O que seria?
– A que horas? – respondeu Bia, e os dois não conseguiram pensar em mais nada naquela segunda-feira.
A terça passou lenta e com os pensamentos agitados, não se falaram naquele dia e ambos pensaram em desistir, mas a quarta-feira chegou e nenhum dos dois cancelou o encontro.
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