Ele não era biólogo, nem era tão bom em Ciências assim, mas numa manhã acordou com uma dúvida. Como não tinha a quem recorrer, digitou no Google: Girassóis cortados continuam procurando pelo sol?
Não obteve resposta satisfatória.
Como um bom pesquisador que era, abriu a fonte conhecida de sabedoria e procurou ali. Tradução: digitou a mesma frase no Facebook para ver se algum conhecido sabia.
Recebeu muitos "curtir", alguns comentários infames e engraçados dos amigos, mas nenhuma resposta interessante. Uma menina, antiga colega de escola, até interpretou aquilo como uma espécie de declaração e veio falar com ele. Ele a dispensou, não era o que buscava.
Seguiu sua vida normalmente, terminou a escola e cresceu.
Um dia, depois de um dia de trabalho, entrou novamente naquele bar simpático do centro da cidade. Ele adorava aquele local, ou o que ele lhe oferecia. Entretanto, ao contrário das outras noites, decidiu que havia algo além a ser oferecido, a ser feito. Tomou uma decisão.
– Boa noite, tudo bem? – ela virou os olhos antes de responder, talvez amargurada estivesse com algum rumo da vida.
– Ah meu Deus, outro chato para atormentar minha noite!
– Calma, eu nem disse nada, apenas a cumprimentei.
– Aposto que iria vir com aquela conversa de "você vem sempre aqui?", aposto!
– Eu nunca perguntaria algo desse tipo!
– Por que, é muito bobo?
– Não. Porque eu sei que você vem aqui direto, sempre te vejo e, quando não vem, me sinto desnorteado.
– Desnorteado?
– Sim, como… como… como um girassol cortado procurando pelo teu brilho.
– E, por acaso, girassol cortado continua procurando pelo sol?
– Não sei, até hoje não mandaram uma explicação a respeito no meu Face…
Mais algum tempo e estavam casados. Provando que as respostas às vezes são menos importantes que as perguntas certas, desde que interessantes, desde que com uma poesia boba nas entrelinhas.
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