– Como assim?
– Se não conseguirmos fazer tudo isso que planejamos?
– Não diga bobagens, nós ainda estamos na sétima série. Você vai ser um grande cineasta e roteirista, não tem nem 13 anos e já está com seu primeiro roteiro pronto.
– Isso não quer dizer nada. Só porque você não ganhou seu primeiro caso quer dizer que não será um bom advogado?
– Você entendeu o que ele quis dizer. Eu serei detetive!
– Ok. Temos um cineasta, um policial e um advogado. E você?
– Alma!
– Quê – exclamaram os outros três.
– Sim, alma! Não sei o que serei, mas guardarei seus sonhos em minha alma. Minha única pergunta é: se lá na frente nada der certo e nos tornarmos aquilo que não queremos, o que faremos?
– Viver uma vida indesejada? Eu voto em morrer. E você, detetive?
– Morrer! Você, advogado?
– Também.
– Que assim seja. Serei o mantenedor da promessa. Quanto tempo temos para realizar tudo isso?
– Acho que 30 anos é o suficiente a partir de agora…
Trinta anos depois, quatro corpos jaziam numa colina, no alto de um terreno próximo à casa de praia daquele que não se tornara o advogado.
De todos os sonhos despedaçados, sobrara a promessa sincera entre amigos verdadeiros. Descansem em paz!
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