Vitrine

As relações humanas estão desgastadas pela fácil acessibilidade a qual as pessoas se dão. Não que devam existir barreiras para a comunicação nem nada disso, mas as coisas andam rápidas demais; tão rápidas quanto olhares às vitrines, pois foi isso que nos tornamos, é o que somos hoje em dia. Apenas produtos atrás de vidros que podem ou não esconder nossos defeitos e qualidades ou realçá-los.

Somos um produto de fácil acesso da tecnologia.

Colocamos em algum lugar nossa foto, descrições rápidas e estamos expostos e vulneráveis a críticas conceituais, análises e opiniões apressadas a nosso respeito. Um produto que vemos, lemos a etiqueta e já temos ideia do que pode ser sem nem tocarmos ou aprofundarmos mais em diálogo e etc.

É isso que nos resta das pessoas, uma primeira impressão que, por vezes, se torna a última, sem necessidade de aprofundamento. Nos tornamos artificiais por circunstâncias e globalizados por medo. Medo de perdermos as relações.

Prestamos-nos a coisas que inicialmente repugnamos. Um produto com possibilidade e acesso, porém, limitados. Estamos atrás de um vidro, expostos numa vitrine com uma etiqueta gigante a nossa frente.

Hoje, olho para muitas pessoas como se andassem num aquário de isolamento. São raras as exceções e elas nunca estão em oferta!

Publicado por

RDS

Jornalista, escritor, metido a poeta e comediante. Adorador de filmes e livros, quem sabe um filósofo desocupado. Romântico incorrigível. Um menino que começou a ter barba. Filho de italianos, mas brasileiro. Emotivo, sarcástico e crítico, mas só às vezes.

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