Limites…

Khao San Road
Khao San Road

Confesso que quando estive na Tailândia eu percebi que Bangcoc não era um lugar comum. Aquela cidade tem partes muito bonitas, mas que constrastam fortemente com uma sujeira de becos e olhares soturnos em algumas esquinas. É um local bem interessante.

 

Falo de Bangcoc porque o último post que fiz foi a respeito de Carradine, que lá morreu em seu hotel de uma maneira bem peculiar (leia o post abaixo).

 

Devo concordar com o ator falecido que lá é um local diferente, onde você tem um senso de aventura muito sensível e te dá vontade de fazer coisas antes jamais feitas.

Há uma avenida muito conhecida lá que se chama Khao San Road. É um conglomerado de lojas, baladas, barracas numa confusão que mistura a Vila Madalena à noite, com 25 de Março de manhã e uma rua de restaurantes belos, como os da rua Mancine.

Além de comprar umas roupas bem curiosas, entrar nuns bares estranhos e passar por um restaurante que lembrava uma cabana de praia no meio da cidade, um dos impulsos que tive naquela cidade foi de experimentar. Experimentar tudo que estivesse a mão, simplesmente porque tudo era um pouco novo.

Acho que isso pode ter acontecido com Carradine. Confesso que os grilhos e larvas fritos ali tão perto de mim me davam uma sensação de pertencer a um outro mundo, conhecer um algo a mais do mundo.

Dormi num local por quatro dólares. Com bastante mosquito, colchão duro e um cara muito estranho que, se não me engano, além de ser da Holanda, ainda era Vegan (um vegetariano mais radical ainda). Foi bem estranho discutir com ele a respeito das dores sentidas pelos animais, e levantar a hipótese de que daqui a algum tempo descobriremos que as cenouras também sentem uma dor do cacete quando arrancadas do solo.

Tudo reunido num quarto bem esquisito cheio de camas, existiam tanats que nem sei se dá pra chamar aquilo de albergue ou campo de concentração. O chuveiro era gelado e, apesar do desespero que deve dar escutar isso agora, nesse frio, não se pode esquecer que estava muito quente quando estive por lá. O que incentivava os mosquitos a ficarem num ataque intenso durante toda a noite.

Sim, Tailândia é um local com paisagens muito contrastantes. Também não minto ao dizer que te dá um senso de aventura muito grande e sente-se vontade de fazer coisas loucas, desde comer insetos até arrumar encrenca em cortiços, passando por becos bizarros, conversando com pessoas que quase nem inglês falam além e entrar nos bares mais inimagináveis possível, indo até mesmo aos ringues de luta onde nem briga de galo é mais emocionante que dois marmanjos se esmurrando até o sangue voar na platéia.

Mas… mesmo com tudo isso de diferente, curioso e de certa forma interessante, não me passou pela cabeça em nenhum momento amarrar uma corda no pescoço e no meu pênis pra ter uma aventura erótica exótica.

Carradine passou dos limites.

Publicado por

RDS

Jornalista, escritor, metido a poeta e comediante. Adorador de filmes e livros, quem sabe um filósofo desocupado. Romântico incorrigível. Um menino que começou a ter barba. Filho de italianos, mas brasileiro. Emotivo, sarcástico e crítico, mas só às vezes.

2 comentários em “Limites…

  1. heheheh gostei do post
    Nossa vc foi em Bangcoc, invejinha kkkk
    HUmmm vc está conseguindo fazer textos menores!!!!!!!! Me fez sofrer muito cortando matéria sua hein
    Bizarra essa morte né…
    saudades
    Bjocas

  2. Nossa! Mas que cara mais estranho!!!kkk Credo! 😛

    Ainda bem que não passou isso pela sua cabeça, do contrário, teria que avaliar meus conceitos!rsrsrs.

    Acho que nem com esse espírito de aventura do lugar eu comeria uns insetos! Será?!rs

    Beijos!!

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